O reconhecimento do caráter paisagístico e estereotômico do pier norteia o projeto no sentido de eleger este elemento urbano como o próprio museu. Não deve ser encarado como substrato de uma construção, como um mero pedaço de solo, já que não o é.
Nesse sentido, pier e edifício tornam-se um só elemento, em que a circulação, a estrutura e o encadeamento de planos e espaços desenvolvem um percurso que leva o visitante a compreender a amplitude do contexto em que o museu e o seus habitantes estão inseridos.
De fato, para quem habita este edifício, não há um triunfo do mar sobre o céu, nem mesmo do céu sobre o mar. Há apenas o reconhecimento de que os limites estabelecidos entre esses elementos, indissociáveis do contato humano com a água, são capazes de gerar não só a conexão entre zênite e nadir, mas também entre terra e mar, entre a cidade pousada sobre o solo e o uni- verso à sua frente. Quem ali está reconhece de imediato que, para a condição humana, navegar sempre foi preciso.
